escrevo de onde a latitude y longitude da memória ocupam um espaço em que a distância molha o olhar na varanda lateral y da porta de entrada paredes quintais, morro.
esse verão ao invés de uma carta de tarô, fiquei atenta a carta celeste
ao mapa, app que apontado pro céu mesmo dentro de casa me dava um ponto contracartografico pro corpo. lembrar que o que está ariba também está abajo. lembrar que também somos astros, dançamos no plano escuro circularidades solares.
outro dia alguém disse que tudo era rastro de sol.
voltando ao fato de que somos astros y tal, lembrar também que nesse sentido estamos alinhando e desalinhando o tempo todo. que em centauro ou na sua direção há o maior 💎 já registrado fora da terra pra outra vez lembrar que também estamos lá.
se não for carne e osso, poeira de estrada
percebi nesse verão que o Cruzeiro do Sul aparece por tras do morro da boa vista, entre leste e oeste do lugar em que me encontro morando quase todo dia nos últimos anos. a constelação de Cruzeiro pode ser vista desde a linha do Equador até o Polo sul. É o céu que temos em comum nessa parte austral da Terra.
também estamos o tempo todo, tocando com as retinas o passado fora de nós. a luz do sol que produz esse rastro de vida aqui na terra foi emitida há minutos atrás, anos luz atrás, pra chegar aqui...
da mesma forma se o Cruzeiro do Sul apagar só vamos saber daqui há alguns anos. Nesse caso, nessa onda me parece que o presente é rastro do universo e como escrevestes no último post estivemos e estaremos.
lembro de quando criança ver chuvas de meteoros, todas as constelações, as mais próximas da linha do Equador, as histórias de objetos não identificados... o céu da paraiba é outro.
E lembrando ainda da sabedoria yanomami... não esquecer de olhar pro céu, pra não deixar o céu cair.
ah, antes que o próximo eclipse chegue, lembrar que o alto do gaia e a região do ecoparque preserva um dos céus noturnos mais especiais da região metropolitana do Rio. Especialmente ao Polo sul celeste, que no verão é incrível noite a dentro e 'nasce' do ponto com menos poluição lumínica.
Em alguns momentos a pedra parecia se mover haha. não foi nem onda. Era uma sensação da dança que tá rolando há alguns anos e a gente só percebe quando assenta no chão.
Recomendo ir numa noite clara, sem muitas nuvens. Lua crescente nos primeiros dias é bom, a luz atrapalha a visualização no lado em que a lua tiver, busque sempre o oposto. O bom nesse caso é a luminosidade no ambiente escuro.
Recomendo chegar ao local de observação antes de anoitecer pra retina ir acostumando com a noite que chega, sem lua é ainda melhor, a conexão é muito mais profunda.
🫳
🌱