quinta-feira, 3 de março de 2016

A puta da travessa firmino


É uma coriza que não cessa, coisa de remexer em pano velho. Os olhos estavam sempre escondendo aquela apatia cega de quem vê tudo com os sentidos indispensáveis a todos os outros humanos. Ela vê tudo, mulher, eu sempre te disse. Dá medo. Ela tem medo de viver também, inclusive do medo ela conhece bem demais. Ela fala a lingua dos anjos fluente, eu sempre gostei de te falar dela porque era por ela que a gente vivia meio apaixonado, lembra? Tu tem bom gosto pra mulher, bem como eu também! Só rindo disso. Daí eu vi a garota esses dias, com os mesmos olhos de quem tudo vê, mais magra e mais leve, sorriso meio parado na cara, jeito de quem estava vivendo coisas boas. Tu não sabe da maior, ela veio até mim e disse que lembrava da minha cara. Eu sorri todo bobo, então ela continuou. Perguntou de você, eu não disse nada com nada, porque não sei o que dizer, aí ela disse ainda, do nada, que sempre teve uma queda por você e antes de dizer tchau me beijou a boca. Assim, e foi. Louca. Linda. São 04:30 e eu parei pra te escrever só porque lembrei dela, que tava com uma roupa dourada quando nos esbarramos, não esqueço e precisava te contar. Só tem amor nesses encontros, é foda. 

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