quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

poeticronograma

6.66h 

É. O relógio aponta um horário fora do tempo. 

7h

dedicada ao botão de flor na esquina preservada. um tipo de escrita que não quer ser interpretada. corre, atravecada no teclado miúdo perante os dedos ágeis, tateando entre códigos do alfabeto latino e a tecla espaço, o tato que traduz a lente da mente, o rastro.

 Mais um rastro.

12h

Há algo em ritmo nesse chão drive que não sei lhe dizer nem mesmo pelas cartas do deck Egípcio. não preocupo. estou careca de saber e tem mistério que nem tô interessada pois a energia tá sendo gasta, potavelmente gasta. Enquanto me jogam pelas calçadas, percebo a secura do chão, na condição de água escassa pego ar e sigo um refrão. 

nessa mangueira não volto não.

16.68h_

ha tradições em que o tempo estanca por frações de segundo y eu as carrego comigo.

Mangueira boa é cheia de manga rosa, aquele cheiro de quintal, de terra, o melado da manga nos dedos e lábios, amarelados no aroma e no tom, equilibradamente adocicados.

as pazes feitas com o tempo de pensar em si, de comer a si, a sua manga, o seu sabor e tempo.

6h, calor danado nessa cidade.

Pois não é que sonhei que a gente se perdia? Significado de sonhos são avaliaveis. Talvez a perdida seja um ente, um, entre nós... que talvez só esteja recomeçando com uma plantação ou uma volta ao bairro. 

a depender da lua a gente perde de vista. 

Agora já não conto as horas. 

É o fim dessa escrita.





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